Nomes e lugares foram abreviados para proteger os inocentes,em outras palavras : eu

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Emos - Oficialmente pelos psicologos

A nova tribo vem tomando conta das ruas das grandes e pequenas cidades de todo mundo. O nome Emo vem de Emotional Hardcore, vertente do punk que mescla som pesado com letras românticas.
O gênero emocore nasceu em Washington, na década de 80, para designar bandas que tocavam letras introspectivas, com batida pesada. Hoje, as principais são Good Charlotte, The Used e My Chemical Romance. “É uma vertente do hardcore, por sua vez fruto do punk. Mas os punks têm letras políticas, enquanto as composições emos falam do que os adolescentes sentem”, diz Marco Badin, dono da casa noturna Hangar 110. Essa é a chave do sucesso do emocore. Emos são expansivos. Gostam de trocar elogios, abraços e beijos em público. Ainda que não tenham um relacionamento, amigas emos se chamam de 'maridas'. 'As pessoas precisam cada vez mais dizer e ouvir um “eu te amo”. De nada vale ser o fortão', diz o jovem emo Rafael.
Mas o que distingue os emos não é só a música, e sim as atitudes. Eles têm em média entre 11 e 18 anos e, nas roupas, são capazes de misturar as botas do punk, o colar de Wilma, a mulher de Fred Flintstone, e uma camiseta com a gatinha Hello Kitty. Não escondem os sentimentos, expressam abertamente suas emoções, preconizam e praticam a tolerância sexual.



Para Regina de Assis, doutora em Educação pela Universidade Columbia, a tolerância é o traço de comportamento que distingue os emos de outros jovens. 'A atitude dos emos irrita outros jovens porque eles não temem os sentimentos, enquanto a maioria dos adolescentes busca afeto optando pela agressividade', diz. Há várias comunidades no Orkut dedicadas a atacar os emos. Os nomes de algumas beiram o bizarro, como 'Hitler também era emo'. Alguns fãs de música emocore afirmam que existem muitos 'paraguaios' - gíria usada pela turma para caracterizar aqueles que se fazem passar por emos sem entender nada da cultura. Muitos nem gostam da música, mas adotam as mesmas roupas e acessórios.

Em menos de um ano, os emos invadiram as ruas dos centros urbanos do Brasil. Em São Paulo, eles se reúnem na saída das escolas, em lojas de artigos de rock, em shows no Hangar 110 ou em casas noturnas como Attari e A Torre. Por serem muito jovens, não ficam até altas horas da madrugada na balada.


Apesar das peculiaridades, os emos apresentam o traço comum a todo adolescente: andar em grupo. 'A escolha do grupo pode ser casual, seus amigos são daquele jeito e você acaba indo na deles. Ou, então, a tribo acaba refletindo algo de sua biografia, de sua maneira de ver o mundo', diz Miguel Perosa, professor de Psicologia da Adolescência da PUC-SP. 'A atitude emo mostra um esgotamento do modelo ocidental, em que os jovens tentam se afirmar pela violência ou pelo consumo', diz Regina Assis. 'Os punks ou funkeiros se impõem pela agressividade. Os emos querem se fazer aceitos pelo amor. É uma forma radical de reação contra o desencanto que vive a juventude.'


Apesar de terem se inspirado no punk, os emos só encontram precedente nos hippies dos anos 60, que também praticavam a livre expressão dos sentimentos. Eles chegam a chorar de forma compulsiva nos shows - o que pode parecer estranho para quem acompanha a batida pesada do hardcore que embala as canções. Versos como Já tentei fazer com que você voltasse/Também já tentei sozinho encontrar a solução/Pra acabar com essa dor que hoje assola o meu coração, da banda gaúcha Fresno, soariam perfeitos na boca de Sandy, mas são entoados como hino pelos emos mais radicais. '

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